O Calendário Nacional de Vacinação está oferecendo gratuitamente, até julho, a vacina meningocócica C (Conjugada) para crianças de até dez anos, 11 meses e 29 dias de idade que não tenham nenhuma dose do imunizante registrada no cartão.
A vacina já é disponibilizada em postos de saúde de todo o país para menores de cinco anos de idade, sendo administrada regularmente em esquema de duas doses, aos três e cinco meses de vida, e uma dose de reforço, preferencialmente, aos 12 meses de idade. Normalmente, para as crianças que por algum motivo perderam a oportunidade de receber a vacina nas idades indicadas, recomenda-se a administração de uma dose até os quatro anos, 11 meses e 29 dias de idade.
Prevenção – A ampliação temporária da administração da meningocócica C (conjugada) para crianças com menos de 12 anos ainda não vacinadas tem como objetivo aumentar a proteção contra a doença, um dos tipos de meningite mais agressivos e que pode levar rapidamente à morte ou deixar graves sequelas. No ano de 2021, em Minas Gerais, foram registrados 17 casos de doença meningocócica e quatro óbitos. Já em 2022, até o momento, foram seis casos e uma morte.
A vacina é a principal forma de prevenção. Em 2020, a cobertura vacinal em Minas Gerais para a meningocócica C (Conjugada) foi de 86,43% em menores de 1 ano e de 85,67% em crianças de um ano de idade ou mais. Já em 2021, a cobertura registrada foi de 73,7% nos menores de um ano e de 72,26% para os maiores de um ano de idade. A meta preconizada pelo Ministério da Saúde é a cobertura vacinal de 95% dentro do público indicado para receber o imunizante.
A doença – A meningite é uma infecção que atinge as meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Embora todos os tipos de meningites demandem rigor no acompanhamento do quadro clínico, a meningite do tipo doença meningocócica apresenta maior gravidade.
“Todas deixam sequelas e levam à morte, porém a doença meningocócica tem evolução para óbito em até 24h, além de sequelas que vão de surdez até amputação de membros”, reforça Fernanda Barbosa, referência técnica da Coordenadoria de Doenças e Agravos Transmissíveis da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).
Fernanda explica que a doença meningocócica é a infecção causada por uma bactéria (meningococo), podendo apresentar vários sorogrupos, sendo A, B, C, W, X e Y os mais importantes. “A garganta dos seres humanos é o reservatório natural desse microrganismo, portanto, a sua transmissão ocorre por meio de partículas eliminadas durante a respiração, a fala, a tosse, o espirro, o beijo ou, ainda, por meio de contato direto com secreções respiratórias de pacientes ou portadores assintomáticos”, diz.
Controle – Coordenadora Estadual do Programa de Imunizações, Josianne Dias Gusmão explica que, apesar de a faixa etária em maior risco de adoecimento ser a das crianças menores de um ano de idade, os adolescentes e adultos jovens são os principais responsáveis pela manutenção da circulação da doença na comunidade. “Portanto, a única forma de controlar a doença meningocócica é manter elevadas coberturas vacinais tanto na população infantil como em adolescentes”, reforça.
A coordenadora também destaca a importância da vacina para evitar a ocorrência de surtos da doença, bem como hospitalizações pelo sorogrupo C, sequelas, tratamentos de reabilitação e óbitos.
Produção – A vacina foi introduzida na campanha de vacinação do estado de Minas Gerais em 2009. Um ano depois, o governo brasileiro a incluiu no Programa Nacional de Imunizações (PNI). Desde então, a Fundação Ezequiel Dias (Funed), por meio de uma Aliança Estratégica com a GSK para transferência de tecnologia do processo produtivo, vem sendo a fornecedora exclusiva do imunizante na rede pública do país.
Para o diretor Industrial da Funed, Bruno Pereira, o quantitativo de doses enviado ao Ministério da Saúde nos últimos meses é suficiente para atender a todos os grupos contemplados pela vacina, mesmo com a ampliação da faixa etária, como previsto pelo Ministério da Saúde. “Mesmo diante da pandemia da covid-19 e de todos os desafios que a mesma apresenta, inclusive quanto ao transporte, temos garantido o abastecimento da vacina para todo o país. Em 2021, foram enviadas ao Ministério da Saúde cerca de nove milhões de doses”, reforçou o diretor. Neste ano, até o momento, já foram enviadas quase dois milhões de doses.
Fonte: Agência Minas

